Um jovem de 21 anos é suspeito de decapitar um rival e matar outros dois homens a tiros na zona Leste de Porto Alegre. Apontado como “carniceiro de facção”, ele teria confessado a autoria dos crimes. A informação foi divulgada em coletiva nesta sexta-feira.
Preso no bairro Bom Jesus, ele seria responsável por cerca de 25% dos assassinatos registrados ao longo do mês de maio na Capital. Quando interrogado por agentes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), teria reconhecido a autoria das mortes com ar de orgulho.
A ascensão dele na hierarquia do grupo criminoso que atua na região é considerada meteórica, justamente devido ao perfil violento de suas ações. Um de seus maiores entusiastas seria o traficante de apelido Nego Cris, liderança da quadrilha, que está foragido desde outubro, quando ganhou da Justiça o benefício de responder em liberdade.
Atentado em bar na Vila Conceição
O primeiro ato de barbárie do jovem foi no dia 17 de maio, na Vila Maria da Conceição, no bairro Partenon. Ali, com uma submetralhadora, executou duas vítimas e deixou outra ferida após invadir um bar na rua Paulino Azurenha.
Foram alvejados Guilherme de Oliveira Coronas, 18 anos, e João Victor Costa Conceição, 19 anos, que morreram no local. Além deles, uma mulher grávida também foi baleada, mas sobreviveu.
“O motivo do atentado foi simplesmente o fato do bar ser localizado na área de traficantes rivais. No entanto, o atirador errou de estabelecimento e cometeu o crime em um lugar que não tinha ligação com facções”, afirma o delegado titular da 1ª Delegacia de Homicídios, Gabriel Borges.
Corpo decapitado no Morro da Cruz
Outro caso de aparente psicopatia ocorreu cinco dias depois, na noite de 22 de maio, quando dois homens foram sequestrados no bairro Jardim Carvalho. Ambos seriam integrantes de uma gangue da Vila Cruzeiro, na zona Sul, e foram atraídos e emboscados a partir de uma falsa proposta sobre a venda de uma motocicleta.
A dupla foi obrigada a embarcar em um veículo e transportada rumo a um imóvel, onde foi submetida a sessões de tortura madrugada adentro. Segundo o depoimento do próprio “carniceiro”, que foi um dos torturadores, as vítimas tiveram as mãos amarradas e os dedos decepados.
“O preso admitiu ter arrancado alguns dedos das vítimas. Nós localizamos o cativeiro e vimos que tinha muito sangue espalhado no chão. Ficou evidente que um crime violento havia acontecido ali”, explica o delegado titular da 5ª Delegacia de Homicídios, Daniel Queiroz.
Ainda segundo o titular da 5ª DHPP, em determinado momento, um dos reféns conseguiu desamarrar as cordas e fugiu. Outro, foi decapitado e teve o corpo encontrado na noite seguinte, em um matagal no Morro da Cruz, no bairro Partenon.
O cadáver era de Thiago Lopes da Fontoura, 26 anos, que somava antecedentes criminais por roubo de veículos. Até o momento desta publicação, a cabeça dele ainda não havia sido encontrada.
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FONTE: Correio do Povo